sábado, 2 de junho de 2012

Objetivo da Reencarnação


      Qual é o objetivo da vida? Se formos buscar uma resposta olhando a nossa vida em termos de realizações materiais encontraríamos várias respostas, talvez, a mais comum seria a de ter sucesso financeiro para realizarmos todos os nossos desejos. Se buscássemos a resposta no campo afetivo seria a de encontrar alguém ideal para vivermos juntos. Essas conclusões nos vêm mais alto devido a nossa limitada percepção mental concreta da vida.
      Sonhos, desejos, objetivos, necessidades biológicas de alimentação, de procriação; tudo faz parte do mundo concreto que percebemos; e isso tudo é natural, dentro do estágio evolutivo na terceira dimensão.
     Mesmo com todas as conquistas acima citadas, ainda vai permanecer a pergunta – qual é o objetivo da vida? Esse anseio por uma resposta satisfatória só será realizado quando percebemos que a vida não é somente o que se expressa de forma material. Há além da realidade concreta uma realidade abstrata que dá o verdadeiro sentido do existir.
     Quando buscamos a resposta além da vida concreta ativamos o nosso campo mental superior. De forma gradativa, em paralelo ao nosso desenvolvimento mental concreto, o intelecto, fomos ampliando o nosso conceito sobre a vida em outras realidades espirituais. Isso porque os Seres Luminosos responsáveis pela nossa evolução gradativamente tem trazido através das revelações a descrição da vida nessas outras dimensões espirituais; e essas revelações, de caráter mediúnico, não pertencem a nenhuma organização religiosa.
     O seres Superiores objetivaram trazer o amadurecimento da compreensão sobre Deus e sua criação para que, com a medida do nosso despertar,  fôssemos ajustando a nossa conduta de forma harmoniosa com as Leis Divinas. Aqueles que se permitiram estudar essas revelações foram, de forma progressiva, tornando-se conscientes de serem uma “alma” que habita temporariamente o corpo físico, para que através das experiências que a vida oferece enriquecerem os seus patrimônios espirituais.
    O objetivo da vida  é desenvolver, em nós mesmos, o Amor Universal Incondicional. Através das experiências temos que ter a consciência de que a vida é regida por Leis Regulativas  criadas pela Sabedoria Divina. Então, cabe a cada um de nós compreendermos cada vez mais essas Leis que regem o Universo e ajustarmos o nosso comportamento à elas.
Lau



Paris, 18 de abril de 1857.

Allan Kardec

166. A alma que atingiu a perfeição durante a vida corpórea, como acaba de depurar-se?
- Submetendo-se à prova de uma nova existência.
166-a. Como ela realiza essa nova existência? Pela sua transformação como Espírito?
- ao se depurar, a alma sofre sem dúvida uma transformação, mas para isso necessita da prova da vida corpórea.
166-b. a alma tem muitas existências corpóreas?
- Sim, todos nós temos muitas existências. Os que dizem o contrário querem manter-vos na ignorância em que eles mesmos se encontram; esse é o seu desejo.
166-c. Parece resultar, desse principio, que após ter deixado o corpo a alma toma outro. Dito de outra maneira, que ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?
- É evidente.
167. Qual é a finalidade da reencarnação?
- Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?
168. O número das existência corpóreas é limitado ou o Espírito se reencarna perpetuamente?
- A cada nova existência o Espírito dá um passo na senda do progresso; quando se despojou de todas as impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea.
169. O número das encarnações é o mesmo para todos os Espíritos em geral?
-Não. Aquele que avança rapidamente se poupa das provas. Não obstante, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas porque o progresso é quase infinito.
170. Em que se transforma o Espírito depois de sua última encarnação?
- Espírito bem-aventurado; um Espírito puro.
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
São Paulo, 28 de setembro de 1987.
     O Ser Espiritual, com seus veículos de expressão já constituídos, está apto para o início da jornada no mundo das formas, através do nascimento. Antecedendo o nascimento, vejamos os processos pelos quais passa o Ser Espiritual que recebeu o passe do encarne. Haveremos de entender que nenhum caso é igual ao outro. Existem semelhanças, mas igualdades nunca, nem mesmo nos gêmeos idênticos. Com isso, afirmamos que não tem um paradigma do fenômeno do nascimento, como para a morte também não. Não há bom ou mau nascimento, nem boa o má morte; existem simplesmente o nascer e o morrer, os quais obedecem a elevados planos de justiça da Lei Divina.

     (...) Tenhamos em mente que o nível consciencial dos diversos Seres Espirituais encarnados é polivariável, e isso explica-se pelo fato de que nem todos os Seres Espirituais vieram de um mesmo locus Kármico (outros planetas, galáxias, etc.). Mesmo aqueles que desceram do Reino Virginal, não vieram na mesma época, podendo alguns, até, ter encarnado milhares de anos antes. É claro, pois, que tenham maiores facilidades, de aprendizado, como tenham também conquistado maiores riquezas espirituais, tais como sentimentos elevados e apurada sensibilidade de ordem astral-espirítica.

     (...) Claro está que aquele que tem maiores facilidades seguramente, em uma ou várias encarnações, já esteve ligado ao que atualmente estuda, ou, em verdade, hoje apenas revê. Não estamos com isso tendo uma visão conformista; achamos que , se não temos as facilidades de que outros usufruem, é porque, além de começarem antes, se auto-esforçaram e conquistaram-nas. Por isso, devemos respeitá-los e jamais invejá-los, embora devamos seguir seus exemplos. O importante é que comecemos, que a hora seja agora, o melhor momento é este, pois se deixarmos o momento passar, sabe Deus quando teremos novas oportunidades?!

     Esperamos deixar bem claro daqui para frente que reencarnação é sinônimo de evolução. Não venhamos confundir a reencarnação, que é o Espírito ou Ser Espiritual retornar após a morte em um corpo físico novo e diferente do precedente, para seguir avante em seu processo evolutivo, com a ressurreição, que pretende ser ou fazer um corpo inerte, com todas as suas células já mortas, algumas até decompostas, voltar à vida, o que qualquer Filho de Fé que se diga umbandista sabe ser incoerente e não lógico.

     Após essa ligeira elucidação, o Caboclo que ora  conversa com você, Filho de Fé, entende que muitos e muitos Seres Espirituais que se internaram na reencarnação, através dos ditamos superiores da Lei, nem sempre fazem dela a escola, o hospital, o remédio ou mesmo a sala de estudos ou oficina de trabalho que ela deveria ser. Aí está o motivo das decepções, das angústias, dos dramas internos, culminando nos deslizes e retorno aos velhos hábitos e erros do passado. Certo está o axioma de que ninguém regride na senda evolutiva, mas seus veículos de expressão sofrem, como ação contundente em seus tecidos, todos os demandos cometidos, alterando-lhes a constituição e desestruturando a forma de núcleos importantes no corpo astral, os quais só voltarão à normalidade após o Ser Espiritual reinternar-se nas correntes da reencarnação.

     Antes de reencarnar, pois esse é, em última análise, o caminho evolutivo para o Ser que faliu ou delinquiu, necessitará ele estagiar algum tempo nas regiões ou zonas do Astral que lhe sejam afins, e com o auxílio e apelo de seus superiores ou responsáveis pelo seu reencarne, estruturar detalhadamente a futura reencarnação. Serão rigorosamente observados os fatores morais que fizeram o Ser Espiritual falir em sucessivas reencarnações, incorrendo nos mesmos erros. Será observado, além do karma individual do Ser Espiritual, o seu karma grupal. Às vezes, para que uma reencarnação possa ter as maiores possibilidades de sucesso (sim, pois mesmo com tudo ajustado, o Espírito, fazendo uso de seu livre-arbítrio relativo, pode vir a falhar), são observadas não somente a última e a penúltima reencarnação, mas sim várias, além dos Seres Espirituais envolvidos no drama kármico do indivíduo reencarnante.
     A finalidade para quem reencarna é a reparação, o aprendizado, a aquisição de novas experiências que venham enriquecer as faculdades nobres do Ser Espiritual. Visa a reencarnação acabar com velhas e renhidas inimizades, reajustar e reparar velhos enganos, ignominiosos crimes e delitos que às vezes firmaram no tempo escabrosas histórias de sangue e sofrimento. Necessário que vítimas e algozes se reencontrem e se ajustem, olvidando-se as ofensas, destruindo-se as mágoas e o ódio e construindo-se para todo o sempre o bem maior, a afinidade, o puro e verdadeiro Amor das Almas.  (...)
    
     (...) dizíamos que para o reencarne ser coroado de êxitos, claro que segundo o grau de merecimento e o grau evolutivo do Ser que vai reencarnar, o mínimos detalhes são projetados, estudados e supervisionados, sendo que na maior parte das vezes essa supervisão se estende de “Astral a Astral”, ou seja, antes do reencarne, durante a reencarnação e após o desencarne. Nessa projeção da futura reencarnação, além de uma série de ajustes nos tecidos sutis do corpo astral, o futuro corpo físico é demoradamente estruturado segundo as necessidades do Ser Espiritual reencarnante. Anatomia e fisiologia são exaustivamente estudadas em conjunto com o Espírito reencarnante. Sua constituição física, a estética, o magnetismo pessoal, tudo é minuciosamente projetado para que a reencarnação tenha o máximo de proveito e sucesso. Dizíamos que a beleza do Ser Espiritual, com todo o seu  patrimônio magnético, na maior parte das vezes constitui-lhe pesado fardo, mas às vezes essa beleza é até necessária dependendo do meio em que o Ser Espiritual for atuar. Servir-lhe-á de provas, como também, através de seu magnetismo, Direcionará vários outros Seres Espirituais que de alguma forma estão a ele ligados no encadeamento do tempo-espaço. Assim, também os grandes missionários reencarnados poderão vir ou não com uma constituição de rara beleza. Eles, devido aos seus grandes créditos, é que escolherão; é prerrogativa deles. O Ser Espiritual reencarnante que se encontra em evolução, sem grandes créditos, mas sem grandes débitos perante a  Lei, após ser estudado por “Técnicos Siderais da Forma”, recebe a sugestão desta ou daquela conformação física, desta ou daquela debilidade, tudo visando, é claro, equilibrá-lo perante a Lei. Logicamente o “mapa reencarnatório”, uma espécie de gráfico com dados básicos para o futuro Corpo Físico, de posse dos Senhores dos Tribunais Kármicos afins, terá que ser seguido, pois, como já informamos, desregramentos e deslizes de ordem mental, astral ou física do Ser Espiritual encarnado podem, após o desencarne, trazer desequilíbrios de grande monta ao corpo mental e muito principalmente ao corpo astral, o qual poderá conter as maiores aberrações, com formas atormentadas e completamente degradadas, ou até animalizadas, como ainda veremos neste capítulo. A reencarnação ou várias reencarnações, dependendo do Ser Espiritual, é o único remédio para reequilibrar os núcleos vibratórios do corpo astral, fazendo com que sua forma se refaça. Assim, o corpo físico denso servirá de “filtro kármico”. (...)
Livro “A Proto-Síntese Cósmica” – Espírito ORISHIVARA – médium Yamunisiddha Arhapiagha F. Rivas Neto

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